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NOME

       Locale::Po4a::TransTractor - extrator de tradução genérico.

DESCRIÇÃO

       A missão do projeto po4a (em inglês, PO for anything) é facilitar as traduções (e o mais
       interessante, a manutenção de traduções) usando ferramentas de gettext em áreas onde elas
       não eram esperadas, como documentação.

       Essa classe é o ancestral de todo analisador po4a usado para analisar um documento, para
       pesquisar strings traduzíveis, para extraí-las para um arquivo PO e para substitui-las por
       suas traduções no documento de saída.

       Mais formalmente, ele leva os seguintes argumentos como entrada:

       - um documento para traduzir;

       - um arquivo PO contendo as traduções para usar.

       Como saída, ele produz:

       - outro arquivo PO, resultando na extração de strings traduzíveis do documento de entrada;

       - um documento traduzido, com a mesma estrutura daquela na entrada, mas com todas as
         strings traduzíveis substituídas com as traduções encontradas no arquivo PO fornecido na
         entrada.

       Aqui está uma representação gráfica disso:

          Doc. de entrada -\                             /---> Doc. de saída
                            \                           /       (traduzido)
                             +---> função parse() -----+
                            /                           \
          PO de entrada ---/                             \---> PO de saída
                                                                (extraído)

FUNÇÕES QUE SEU ANALISADOR DEVERIA SOBRESCREVER

       parse()
           É aqui onde todo trabalho acontece: o analisador de documentos de entrada, a geração
           de saída e a extração das strings traduzíveis. Isso é bem simples usando as funções
           fornecidas apresentadas na seção FUNÇÕES INTERNAS abaixo. Veja também a SINOPSE, que
           apresenta um exemplo.

           Essa função é chamada pela função process() abaixo, mas se você escolher usar a função
           new() e adicionar o conteúdo manualmente a seu documento, você terá que chamar essa
           função você mesmo.

       docheader()
           Essa função retorna o cabeçalho que nós deveríamos adicionar ao documento produzido,
           coloca apropriadamente entre aspas para ser um comentário no idioma alvo. Veja a seção
           Educando desenvolvedores sobre tradução, do po4a(7), para o que isso é bom.

SINOPSE

       O exemplo a seguir analisa uma linha de parágrafos começando com "<p>". Em nome da
       simplicidade, nós presumimos que o documento está bem formatado, ou seja, que as marcações
       "<p>" são as únicas marcações apresentadas e que essa marcação está exatamente no começo
       de cada parágrafo.

        sub parse {
          my $self = shift;

          PARAGRAPH: while (1) {
              my ($paragraph,$pararef)=("","");
              my $first=1;
              my ($line,$lref)=$self->shiftline();
              while (defined($line)) {
                  if ($line =~ m/<p>/ && !$first--; ) {
                      # Não é a primeira vez que vemos <p>.
                      # Colocar novamnete a linha atual na entrada,
                      #  e colocar o parágrafo compilado na saída
                      $self->unshiftline($line,$lref);

                      # Agora que o documento está formado, traduza-o:
                      #   - Remove a marcação no começo
                      $paragraph =~ s/^<p>//s;

                      #   - envia para a saída a marcação no começo (não
                      #      traduzida) e o resto do parágrafo (traduzido)
                      $self->pushline(  "<p>"
                                    . $document->translate($paragraph,$pararef)
                                    );

                      next PARAGRAPH;
                  } else {
                      # Anexa ao parágrafo
                      $paragraph .= $line;
                      $pararef = $lref unless(length($pararef));
                  }

                  # Reinicia o loop
                  ($line,$lref)=$self->shiftline();
              }
              # Não conseguiu uma linha definida? Termina com o
              # arquivo de entrada.
              return;
          }
        }

       Uma vez que você tenha implementada a função de análise, você pode usar sua classe de
       documento, usando a interface pública apresentada na seção seguinte.

INTERFACE PÚBLICA para scripts usando seu analisador

   Construtor
       process(%)
           Essa função pode fazer tudo que você precisa fazer com um documento po4a em uma
           chamada. Seus argumentos devem ser empacotados como um hash. AÇÕES:

           a. Lê todos os arquivos PO especificados em po_in_name

           b. Lê todos os documentos originais especificados em file_in_name

           c. Analisa o documento

           d. Lê e aplica todos os adendos especificados

           e. Escreve o documento traduzido para file_out_name (se fornecido)

           f. Escreve o arquivo PO extraído para po_out_name (se fornecido)

           ARGUMENTOS, além dos aceitos por new() (com o tipo esperado):

           file_in_name (@)
               Lista de nomes de arquivos nos quais nós deveríamos ler o documento de entrada.

           file_in_charset ($)
               Conjunto de caracteres usado no documento de entrada (se esse não for
               especificado, será tentado a detecção do documento de entrada).

           file_out_name ($)
               Nome de arquivo no qual nós deveríamos escrever o documento de saída.

           file_out_charset ($)
               Conjunto de caracteres usado no documento de saída (se esse não for especificado,
               será usado o conjunto de caracteres do arquivo PO).

           po_in_name (@)
               Lista de nomes de arquivos dos quais nós deveríamos ler os arquivos PO de entrada,
               contendo a tradução que será usada para traduzir o documento.

           po_out_name ($)
               Nome de arquivo no qual nós deveríamos escrever o arquivo PO de saída, contendo as
               strings extraídas do documento de entrada.

           addendum (@)
               Lista de nomes de arquivos nos quais nós deveríamos ler os adendos.

           addendum_charset ($)
               Conjunto de caracteres para o adendos.

       new(%)
           Cria um novo documento de po4a. Opções aceitas são (mas devem estar em um hash):

           verbose ($)
               Define o detalhamento.

           debug ($)
               Define a depuração.

   Manipulação de arquivos de documento
       read($)
           Adiciona outro documento de entrada ao final do existente. O argumento é o nome de
           arquivo para ler.

           Por favor note que ele analisa nada. Você deveria usa a função parse() quando você
           acabar de empacotar os arquivos de entrada no documento.

       write($)
           Escreve o documento traduzido no nome de arquivo fornecido.

   Manipulação de arquivos PO
       readpo($)
           Adiciona o conteúdo de um arquivo, cujo nome é passado como argumento, ao PO de
           entrada existente. O conteúdo antigo é descartado.

       writepo($)
           Escrever o arquivo PO extraído para o nome de arquivo fornecido.

       stats()
           Retorna algumas estatísticas sobre a tradução realizada até o mesmo. Por favor, note
           que não são as mesmas estatísticas mostradas pelo "msgfmt --statistic". Aqui, são as
           estatísticas sobre uso recente do arquivo PO, enquanto o msgfmt relata o status do
           arquivo. Ele é um wrapper da função Locale::Po4a::Po::stats_get aplicada ao arquivo PO
           de entrada. Exemplo de uso:

               [uso normal de um documento po4a...]

               ($percent,$hit,$queries) = $document->stats();
               print "Nós encontramos de $percent\%  ($hit de $queries) das strings.\n";

   Manipulando adendos
       addendum($)
           Por favor veja o po4a(7) para mais informações sobre o que são adendos e como
           tradutores deveriam escrevê-los. Para aplicar um adendo ao documento traduzido,
           simplesmente passe seu nome de arquivo para essa função e pronto ;)

           Essa função retorna um inteiro não nulo quando há um erro.

FUNÇÕES INTERNAS usadas para escrever analisadores derivados

   Obtendo a entrada, fornecendo a saída
       Quatro funções são fornecidas para obter entrada e retornar saída. Elas são muito
       similares a shift/unshift e push/pop. O primeiro par é sobre entrada, enquanto ao segundo
       é sobre saída. Mnemônico: na entrada, você está interessada na primeira linha, que é o que
       o shift fornece, e na saída você quer adicionar seu resultado ao final, como o push faz.

       shiftline()
           Essa função retorna a próxima linha do doc_in a ser analisada e sua referência
           (empacotada como um vetor).

       unshiftline($$)
           Volta uma linha do documento de entrada e sua referência.

       pushline($)
           Envia uma nova linha para o doc_out.

       popline()
           Volta, do doc_out, a linha anteriormente enviada.

   Marcando strings como traduzíveis
       Uma função é fornecida para manipular o texto que deveria ser traduzido.

       translate($$$)
           Argumentos obrigatórios:

           - Uma string para traduzir

           - A referência dessa string (i.e. posição no arquivo de entrada)

           - O tipo dessa string (i.e. a descrição textual de seu papel estrutural; usado em
             Locale::Po4a::Po::gettextization(); veja também po4a(7), seção Gettextização: como
             ela funciona?)

           Essa função também pode levar alguns argumentos extras. Eles devem ser organizados
           como um hash. Por exemplo:

             $self->translate("string","ref","type",
                              'wrap' => 1);

           wrap
               booleano indicando se nós podemos considerar que espaços em brancos nas strings
               não são importantes. Se sim, a função canoniza a string antes de procurar por uma
               tradução ou de extrair, e dimensiona a tradução.

           wrapcol
               a coluna na qual nós deveríamos dimensionar (padrão: 76).

           comment
               um comentário extra para adicionar ao registro.

           Ações:

           - Envia a string, referência e tipo para po_out.

           - Retorna a tradução da string (como encontrado em po_in) de forma que o analisador
             pode compilar o doc_out.

           - Manipula os conjuntos de caracteres para re-codificar as strings antes de enviá-las
             para po_out e antes de retornar as traduções.

   Funções miscelânea
       verbose()
           Retorna se a opção de detalhamento foi passada durante a criação do TransTractor.

       debug()
           Retorna se a opção de depuração foi passada durante a criação do TransTractor.

       detected_charset($)
           Isso fala para o TransTractor que um novo conjunto de caracteres (o primeiro
           argumento) foi detectado no documento de entrada. Ele normalmente pode ser lido do
           cabeçalho do documento. Apenas o primeiro conjunto de caracteres restará, vindo com os
           argumentos de process() ou detectado do documento.

       get_out_charset()
           Essa função  vai retornar o conjunto de caracteres que deveria ser usado no documento
           do entrada (normalmente útil para substituir o conjunto de caracteres detectado no
           documento de entrada, onde ele foi encontrado).

           Ele vai usar o conjunto de caracteres de saída especificado na linha de comando. Se
           não tiver sido especificado, ele vai usar o conjunto de caracteres do PO de entrada, e
           se o PO de entrada possuir o "CHARSET" padrão, ele vai retornar o conjunto de
           caracteres do documento de entrada, de forma que nenhuma codificação é realizada.

       recode_skipped_text($)
           Essa função retorna o texto re-codificado passado como argumento, do conjunto de
           caracteres do documento de entrada para o do documento de saída. Isso não é necessário
           quando se está traduzindo uma string (o próprio translate() re-codifica tudo), mas é
           necessário quando você ignora uma string do documento de entrada e você deseja que o
           documento de saída seja consistente com a codificação global.

DIREÇÕES FUTURAS

       Um problema do atual TransTractor é que ele não consegue manipular documento traduzido
       contendo todos idiomas, como modelos de debconf, ou arquivos .desktop.

       Para resolver esse problema, as únicas alterações necessárias na interface são:

       - pegar um hash como po_in_name (uma lista por idioma)

       - adicionar um argumento para traduzir para indicar o idioma alvo

       - fazer uma função pushline_all, que deveria fazer pushline de seu conteúdo para todos
         idiomas, usando uma sintaxe tipo mapa:

             $self->pushline_all({ "Description[".$langcode."]=".
                                   $self->translate($line,$ref,$langcode)
                                 });

       Veremos se isso é o suficiente ;)

AUTORES

        Denis Barbier <barbier@linuxfr.org>
        Martin Quinson (mquinson#debian.org)
        Jordi Vilalta <jvprat@gmail.com>