Provided by: po4a_0.69-1_all bug

NOME

       po4a - quadro para traduzir a documentação e outros materiais

Introdução

       po4a (PO for anything) facilita a manutenção da traduções de documentação a usar as ferramentas gettext
       clássicas. A característica principal do po4a é que dissocia a tradução do conteúdo da estrutura
       documental dele.

       Este documento serve como uma introdução ao projeto po4a, com foco nos utilizadores em potencial, a
       considerar a possibilidade de usar essa ferramenta e no desejo curioso de entender por que as coisas são
       do jeito que são.

Por que o po4a?

       A filosofia do Software Livre é fazer a tecnologia verdadeiramente disponível a todos. Mas o
       licenciamento não é a única consideração: software livre não traduzido é inútil para quem não fala
       inglês. Portanto, ainda temos algum trabalho a fazer para fazer o software disponível a todos.

       Essa situação é bem compreendida pela maioria dos projetos e agora todos estão convencidos da necessidade
       de traduzir tudo. No entanto, as traduções reais representam um enorme esforço de muitas pessoas,
       prejudicadas por pequenas dificuldades técnicas.

       Felizmente, o software Open Source é, na verdade, muito bem traduzido a usar o conjunto de ferramentas
       gettext. Essas ferramentas são usadas para extrair as cadeias a traduzir de um programa e apresentar as
       cadeias a traduzir num formato padronizado (chamado de ficheiros PO ou catálogos de tradução). Todo um
       ecossistema de ferramentas surgiu para ajudar os tradutores a realmente traduzir esses ficheiros PO. O
       resultado é então utilizado pela gettext em tempo de execução para exibir as mensagens traduzidas para os
       utilizadores finais.

       Em relação à documentação, no entanto, a situação ainda é um pouco decepcionante. No início, traduzir a
       documentação pode parecer mais fácil do que traduzir um programa, pois parece que apenas precisa de
       copiar o ficheiro-fonte da documentação e começar a traduzir o conteúdo. No entanto, quando a
       documentação original é modificada, manter-se a par das modificações rapidamente transforma-se num
       pesadelo para os tradutores. Se for realizada manualmente, esta tarefa é desagradável e propensa a erros.

       Traduções desatualizadas geralmente são piores do que nenhuma tradução. Os utilizadores finais podem ser
       enganados pela documentação que descreve um comportamento antigo do programa. Além disso, eles não podem
       interagir diretamente com os mantenedores, pois não falam inglês. Além disso, o mantenedor não pode
       resolver o problema, pois não conhece todos os idiomas em que a documentação deles está traduzida. Essas
       dificuldades, muitas vezes causadas por ferramentas precárias, podem minar a motivação de tradutores
       voluntários, a agravar o problema ainda mais.

       O objetivo do projeto po4a é facilitar o trabalho dos tradutores de documentação. Em particular, torna
       manter traduções de documentações possível.

       A ideia é de reutilizar e adaptar a abordagem gettext a esse campo. Assim como o gettext, os textos são
       extraídos dos seus locais originais e apresentados aos tradutores como catálogos de tradução de pedidos.
       Os tradutores podem aproveitar as ferramentas gettext clássicas para monitorar o trabalho a realizar,
       colaborar e organizar em equipa. O po4a injeta as traduções diretamente na estrutura da documentação para
       produzir ficheiros de origem traduzidos que podem ser processados e distribuídos da mesma forma que os
       ficheiros em inglês. Qualquer parágrafo que não seja traduzido é deixado em inglês no documento
       resultante, a garantir que os utilizadores finais nunca vejam uma tradução desatualizada na documentação.

       Isso automatiza a maior parte do trabalho pesado da manutenção da tradução. A descoberta dos parágrafos
       que precisam de atualização torna-se muito fácil e o processo é completamente automatizado quando os
       elementos são reordenados sem modificações adicionais. A verificação específica também pode ser usada
       para reduzir a hipótese de erros de formatação que resultariam num documento quebrado.

       Por favor, consulte também o FAQ abaixo neste documento para uma lista mais completa das vantagens e
       desvantagens desta abordagem.

   Formatos suportados
       Atualmente, esta abordagem tem sido implementada com sucesso para vários tipos de formatos de formatação
       de texto:

       man (analisador maduro)
           O bom e velho formato de páginas de manual, usado por muitos programas por aí. Suporte do po4a é
           muito bem-vindo, a considerar que esse formato é de certa forma difícil de usar e não mesmo amigável
           para novatos.

           O módulo Locale::Po4a::Man(3pm) também possui suporte do formato mdoc usado pelas páginas man do BSD
           (elas também são bastante comuns no Linux).

       AsciiDoc (analisador maduro)
           Esse formato é um formato de markup leve, destinado a facilitar a criação da documentação. Por
           exemplo, é usado para documentar o sistema git. Essas páginas man são traduzidas a usar po4a.

           Veja Locale::Po4a::AsciiDoc para detalhes.

       pod (analisador maduro)
           Este é o formato de Documentação Perl Online. A linguagem e as próprias extensões são documentadas a
           usar este formato, além da maioria dos scripts Perl existentes. Torna fácil manter a documentação
           perto do código real, a incorpora-los ambos no mesmo ficheiro. Torna a vida do programador mais
           fácil, mas infelizmente não a do tradutor, até que use o po4a.

           Veja Locale::Po4a::Pod para detalhes.

       sgml (analisador maduro)
           Mesmo que hoje em dia seja substituído pelo XML, este formato ainda é utilizado para documentos com o
           comprimento de mais do que alguns ecrãs. Pode até mesmo ser usado para livros inteiros. Pode ser
           muito desafiador de atualizar documentos deste tamanho. diff frequentemente revela-se inútil quando o
           texto original foi reintroduzido após a atualização.  Felizmente, o po4a pode ajudá-lo após esse
           processo.

           Atualmente, apenas o DebianDoc e DocBook são suportados, mas a acrescentar suporte para um novo, é
           muito simples. É até possível usar po4a num SGML DTD desconhecido sem alterar o código, a fornecer as
           necessárias informações sobre a linha de comando. Veja Locale::Po4a::Sgml(3pm) para obter mais
           detalhes.

       TeX / LaTeX (analisador maduro)
           O formato LaTeX é o formato de documentação principal usado nas publicações de Software Livre
           mundiais.

           O módulo Locale::Po4a::LaTeX(3pm) foi testado com a documentação Python, um livro e algumas
           apresentações.

       text (analisador maduro)
           O formato Text é of formato base para muitos formatos que incluem longos blocos de texto, incluindo
           Markdown, fortunes, secção de página de rotos YAML, debian/changelog e debian/control.

           Este possui suporte do formato comum usado em geradores de sites estáticos, READMEs e outros sistemas
           de documentação. Consulte Locale::Po4a::Text(3pm) para detalhes.

       xml e XHMTL (analisador provavelmente maduro)
           O formato XML é um formato de base para muitos formatos de documentação.

           Atualmente, o DocBook DTD (veja Locale::Po4a::Docbook(3pm) para detalhes) e o XHTML são suportados
           pelo po4a.

       BibTex (analisador provavelmente maduro)
           O formato BibTex é usado junto com o LaTex para formatar listas de referências (bibliografias).

           Veja Locale::Po4a::BibTex para detalhes.

       Docbook (analisador provavelmente maduro)
           Uma linguagem de marcação baseada em XML que usa tags semânticas para descrever documentos.

           Veja Locale::Po4a:Docbook para mais detalhes.

       Guide XML (analisador provavelmente maduro)
           Um formato de documentação XML. Este módulo foi desenvolvido especificamente para ajudar no suporte e
           manutenção de traduções da documentação do Gentoo Linux até pelo menos março de 2016 (baseado na
           máquina Wayback). Desde então, o Gentoo mudou para o formato DevBook XML.

           Veja Locale::Po4a:Guide para mais detalhes.

       Wml (analisador provavelmente maduro)
           A Web Markup Language, não confunda WML com o material WAP usado em telefones celulares. Este módulo
           depende do módulo Xhtml, que por sua vez depende do módulo XmL.

           Veja Locale::Po4a::Wml para mais detalhes.

       Yaml (analisador provavelmente maduro)
           Um superconjunto estrito de JSON. YAML é frequentemente usado como sistemas ou projetos de
           configuração. YAML está no cerne do Ansible da Red Hat.

           Veja Locale::Po4a::Yaml para mais detalhes.

       RubyDoc (analisador provavelmente maduro)
           O formato Ruby Document (RD), originalmente o formato de documentação padrão para Ruby e projetos
           Ruby antes de ser convertido para RDoc em 2002. Embora aparentemente a versão japonesa do Manual de
           Referência Ruby ainda use RD.

           Veja Locale::Po4a::RubyDoc para mais detalhes.

       Halibut (analisador altamente experimental)
           Um sistema de produção de documentação, com elementos semelhantes ao TeX, debiandoc-sgml, TeXinfo e
           outros, desenvolvido por Simon Tatham, o programador do PuTTY.

           Veja Locale::Po4a:Halibut para mais detalhes.

       Ini (analisador altamente experimental)
           Formato de ficheiro de configuração popularizado pelo MS-DOS.

           Veja Locale::Po4a::Ini para mais detalhes.

       texinfo (analisador altamente experimental)
           Toda a documentação GNU está escrita neste formato (ainda é um dos requisitos para um projeto GNU se
           tornar oficial). O apoio para Locale::Po4a::Texinfo(3pm) em po4a ainda está no início. Por favor,
           reporte erros e solicitações de recursos.

       Outros formatos suportados
           Po4a também pode manipular alguns formatos mais raros ou especializados, como a documentação de
           opções de compilação dos kernels Linux 2.4+ (Locale::Po4a::KernelHelp) ou diagramas produzidos pela
           ferramenta Dia (Locale::Po4a:Dia). A adição de um novo formato é normalmente muito fácil e a tarefa
           principal é fazer um analisador para o seu formato alvo. Veja Locale::Po4a::TransTractor(3pm) para
           mais informações sobre isso.

       Formatos não suportados
           Infelizmente, o po4a ainda carece suporte para vários formatos de documentação. Muitos deles
           facilmente seriam suportados pelo po4a. Isto inclui formatos não apenas usados para documentação,
           tais como, descrições de pacotes (deb e rpm), questões de scripts de instalação de pacotes,
           changelogs de pacotes e todos os formatos de ficheiros especializados usados por programas como
           cenários de jogos ou ficheiros de recursos do wine.

Usar o po4a

       Historicamente, o po4a foi construído à volta de quatro scripts, cada um a cumprir uma tarefa específica.
       po4a-gettextize(1) ajuda na inicialização de traduções e, opcionalmente, na conversão de projetos de
       tradução existentes em po4a. po4a-updatepo(1) reflete as alterações na documentação original nos
       ficheiros po correspondentes. po4a-translate(1) constrói o ficheiro de origem traduzido do ficheiro
       original e do ficheiro PO correspondente. Além disso, po4a-normalize(1) é principalmente útil para
       depurar os analisadores de po4a, pois produz um documento não traduzido do original. Torna mais fácil
       identificar as falhas introduzidas pelo processo de análise.

       Most projects only require the features of po4a-updatepo(1) and po4a-translate(1), but these scripts
       proved to be cumbersome and error prone to use. If the documentation to translate is split over several
       source files, it is difficult to keep the PO files up to date and build the documentation files
       correctly. As an answer, a all-in-one tool was provided: po4a(1). This tool takes a configuration file
       describing the structure of the translation project: the location of the PO files, the list of files to
       translate, and the options to use, and it fully automates the process. When you invoke po4a(1), it both
       updates the PO files and regenerate the translation files that need to. If everything is already up to
       date, po4a(1) does not change any file.

       O restante desta secção fornece uma visão geral de como usar a interface de scripts do po4a. A maioria
       dos utilizadores provavelmente preferirá usar a ferramenta multifuncional, descrita na documentação de
       po4a(1).

   Visão geral gráfica dos scripts do po4a
       O esquema a seguir fornece uma visão geral de como cada script po4a pode ser usado. Aqui, master.doc é um
       nome de exemplo para a documentação a ser traduzida; XX.doc é o mesmo documento traduzido no idioma XX,
       enquanto doc.XX.po é o catálogo de traduções desse documento no idioma XX. Os autores da documentação se
       preocuparão principalmente com master.doc (que pode ser uma página man, um documento XML, um ficheiro
       asciidoc ou semelhante); os tradutores se preocuparão principalmente com o ficheiro PO, enquanto os
       utilizadores finais verão apenas o ficheiro XX.doc.

                                          original.doc
                                              |
                                              V
            +<-----<----+<-----<-----<--------+------->-------->-------+
            :           |                     |                        :
        {tradução}      |         { actualização do original.doc }     :
            :           |                     |                        :
          XX.doc        |                     V                        V
       (opcional)       |               original.doc ->-------->------>+
            :           |                  (novo)                      |
            V           V                     |                        |
         [po4a-gettextize]    doc.XX.po--->+  |                        |
                 |             (antigo)    |  |                        |
                 |              ^          V  V                        |
                 |              |     [po4a-atualizar po]              |
                 V              |             |                        V
            tradução.pot        ^             V                        |
                 |              |         doc.XX.po                    |
                 |              |         (impreciso)                  |
            {tradução}          |           |                          |
                 |              ^           V                          V
                 |              |     {edição manual}                  |
                 |              |           |                          |
                 V              |           V                          V
             doc.XX.po --->---->+<---<---- doc.XX.po   adenda     original.doc
             (inicial)                   (atualizado) (optional)   (atualizado)
                 :                          |            |             |
                 :                          V            |             |
                 +----->----->----->------> +            |             |
                                            |            |             |
                                            V            V             V
                                            +------>-----+------<------+
                                                         |
                                                         V
                                                  [po4a-traduzido]
                                                         |
                                                         V
                                                       XX.doc
                                                   (atualizado)

       Esse esquema é complicado, mas na prática apenas a parte correta (a envolver po4a-updatepo(1) e
       po4a-translate(1)) é usada depois que o projeto é instalado e configurado.

       A parte esquerda mostra como po4a-gettextize(1) pode ser usado para converter um projeto de tradução
       existente para a infraestrutura do po4a. Este script leva um documento original e o equivalente traduzido
       e tenta construir o ficheiro PO correspondente. Tal conversão manual é um pouco trabalhosa (veja a
       documentação po4a-gettextize(1) para mais detalhes), mas só é necessária uma vez para converter as suas
       traduções existentes. Se não tiver nenhuma tradução para converter, pode esquecer-se disto e focar na
       parte certa do esquema.

       Na parte superior direita, a ação do autor original é retratada, a atualizar a documentação. Na parte do
       meio, à direita, as ações automáticas de po4a-updatepo(1) são representadas. O novo material é extraído e
       comparado com a tradução de saída. A tradução anterior é utilizada para as partes que não mudaram,
       enquanto as partes parcialmente modificadas são ligadas à tradução anterior com um marcador "fuzzy" a
       indicar que a tradução deve ser atualizada. O material novo ou fortemente modificado não é traduzido.

       A seguir, a edição manual relatada representa a ação dos tradutores, que modificam os ficheiro PO para
       fornecer traduções para todas as cadeias e os parágrafos originais. Isso pode ser feito a usar um editor
       específico, como o Editor de Tradução do GNOME, o Lokalize do KDE ou poedit ou a usar uma plataforma de
       localização online como o weblate ou pootle. O resultado da tradução é um conjunto de ficheiros PO, um
       por idioma. Consulte a documentação gettext para mais detalhes.

       A parte inferior da figura mostra como po4a-translate(1) cria um documento fonte traduzido do documento
       original master.doc e do catálogo de traduções doc.XX.po que foram atualizados pelos tradutores . A
       estrutura do documento é reutilizada, enquanto o conteúdo original é substituído pela contraparte dele
       traduzida. Opcionalmente, um adendo pode ser usado para adicionar textos à tradução. Isso geralmente é
       usado para adicionar o nome do tradutor ao documento final. Veja abaixo os detalhes.

       Como observado anteriormente, o programa po4a(1) combina os efeitos dos scripts separados, a atualizar os
       ficheiros PO e o documento traduzido numa chamada. A lógica subjacente permanece a mesma.

   Iniciar uma nova tradução
       Se usar po4a(1), não há etapas específicas para iniciar uma tradução. Apenas precisa listar os idiomas no
       ficheiro de configuração e os ficheiros PO ausentes são criados automaticamente. Naturalmente, o tradutor
       deve fornecer traduções para todos os conteúdos usados nos seus documentos. po4a(1) também cria um
       ficheiro POT, que é um ficheiro de modelo de PO. Tradutores possíveis podem traduzir o seu projeto a um
       novo idioma a renomear esse ficheiro e a fornecer as traduções no idioma deles.

       Se preferir usar os scripts individuais separadamente, use po4a-gettextize(1) da maniera seguinte para
       criar o ficheiro POT. Este ficheiro pode ser copiado em XX.po para iniciar uma nova tradução.

         $ po4a-gettextize --format <format> --master <master.doc> --po <translation.pot>

       O documento mestre é usado na entrada, enquanto o ficheiro PO é a saída deste processo.

   Integrar alterações ao documento original
       O script a ser usado para isso é po4a-updatepo(1) (consulte a documentação para obter detalhes):

         $ po4a-updatepo --format <format> --master <new_master.doc> --po <old_doc.XX.po>

       O documento mestre é usado na entrada, enquanto o ficheiro PO é atualizado: ele é usado tanto na entrada
       quanto na saída.

   Geração de um documento traduzido
       Uma vez que acabou com a tradução, deseja obter a documentação traduzida e distribuí-la aos utilizadores
       com o original. Para isso, use o programa po4a-translate(1) como a seguir:

         $ po4a-translate --format <format> --master <master.doc> --po <doc.XX.po> --localized <XX.doc>

       Os ficheiros mestre e PO são usados na entrada, enquanto o ficheiro localizado é a saída desse processo.

   Usando adendos para adicionar textos às traduções
       Adicionar novos textos à tradução é provavelmente a única coisa mais fácil a longo prazo quando traduz
       ficheiros manualmente :). Isso acontece quando deseja adicionar uma secção adicional ao documento
       traduzido, que não corresponde a nenhum conteúdo no documento original. O caso de uso clássico é dar
       mérito à equipa de tradução e indicar como relatar problemas específicos da tradução.

       Com o po4a, é necessário especificar os ficheiros addendum, que podem ser vistos conceitualmente como
       patches aplicados ao documento localizado após o processamento. Cada adendo deve ser fornecido como um
       ficheiro separado, cujo formato é, no entanto, muito diferente dos patches clássicos. A primeira linha é
       uma linha de cabeçalho, a definir o ponto de inserção do adendo (com uma sintaxe infelizmente enigmática
       -- veja abaixo) enquanto o restante do ficheiro é adicionado literalmente na posição determinada.

       A linha do cabeçalho deve começar com a cadeia PO4A-HEADER:, seguida por uma lista separada por ponto e
       vírgula dos campos chave=valor.

       Por exemplo, o cabeçalho a seguir declara um adendo que deve ser posto bem no final da tradução.

        PO4A-HEADER: mode=eof

       As coisas ficam mais complexas quando deseja adicionar o seu conteúdo adicional no meio do documento. O
       cabeçalho a seguir declara um adendo que deve ser posto após a secção XML que contém a cadeia "Sobre este
       documento" na tradução.

        PO4A-HEADER: position=About this document; mode=after; endboundary=</section>

       Na prática, ao tentar aplicar um adendo, o po4a pesquisa a primeira linha correspondente ao argumento
       "position" (isso pode ser um regexp). Não se esqueça que o po4a considera o documento translated aqui.
       Esta documentação é em inglês, mas a sua linha provavelmente deve ser a seguinte, se pretende que o seu
       adendo se aplique à tradução do documento em francês.

        PO4A-HEADER: position=À propos de ce document; mode=after; endboundary=</section>

       Depois que a "position" foi encontrada no documento de destino, o po4a procura a próxima linha após a
       "position" que corresponde ao "endboundary" fornecido. O adendo é adicionado à direita after essa linha
       (porque fornecemos um endboundary, ou seja, um limite que termina a secção atual).

       O exato mesmo efeito pode ser obtido com o cabeçalho seguinte, que é equivalente:

        PO4A-HEADER: position=Sobre este documento; mode=after; beginboundary=<section>

       Aqui, o po4a pesquisa a primeira linha correspondente a "<section"> após a linha correspondente a "About
       this document" na tradução e adiciona o adendo before dessa linha, pois fornecemos um beginboundary, ou
       seja, um limite que marca o início da próxima secção. Portanto, essa linha de cabeçalho exige a inserção
       do adendo após a secção que contém "About this document" e instrui o po4a que uma secção começa com uma
       linha que contém a marcação "<section">. Isso é equivalente ao exemplo anterior, porque o que realmente
       deseja é adicionar este adendo após "/section"> ou antes de "<section">.

       Também pode definir a inserção modo como o valor "before", com uma semântica semelhante: a combinação de
       "mode=before" com um "endboundary" pôrá o adendo apenas after o limite correspondente, que a última linha
       limite potencial antes da "position". Combinar "mode=before" com um "beginboundary" pôrá o adendo apenas
       before do limite correspondente, que é a última linha limite potencial antes da "position".

         Modo   | Tipo de limite |       Limite usado         | Ponto de inserção am comparação ao limite
        ========|================|============================|==========================================
        'before'| 'endboundary'  | último antes de 'position' | Logo após o limite selecionado
        'before'|'beginboundary' | último antes de 'position' | Logo antes do limite selecionado
        'after' | 'endboundary'  |  primeiro após 'position'  | Logo após o limite selecionado
        'after' |'beginboundary' |  primeiro após 'position'  | Logo antes do limite selecionado
        'eof'   |   (none)       |  n/d                       | Fim do ficheiro

       Dicas e truques sobre adendos

       •   Lembre-se que estes são regexp. Por exemplo, se quiser combinar o final de uma secção nroff a
           terminar com a linha ".fi", não use ".fi" como endboundary, porque ele irá combinar com "the[ fi]le",
           que obviamente não é o que espera. O endboundary correto, nesse caso, é: "^^.fi$".

       •   Espaços em branco SÃO importantes no conteúdo da "position" e limites. Portanto, as duas linhas
           seguintes são diferentes. O segundo só será encontrado se houver espaços suficientes à direita no
           documento traduzido.

            PO4A-HEADER: position=Acerca deste documento; mode=after; beginboundary=<section>
            PO4A-HEADER: position=Acerca deste documento ; mode=after; beginboundary=<section>

       •   Embora essa pesquisa de contexto possa ser a operar cerca de cada linha do documento traduzido,
           realmente opera na cadeia de dados interna do documento traduzido. Essa cadeia de dados interna pode
           ser um texto a abranger um parágrafo que contem várias linhas ou pode ser uma marcação XML sozinha. O
           exato ponto de inserção do adendo deve ser anterior ou posterior à sequência de dados interna e não
           pode estar dentro da cadeia de dados interna.

       •   Passe o argumento -vv para po4a para entender como os adendos são adicionados à tradução. Também pode
           ajudar a executar po4a no modo de depuração para ver a cadeia de dados interna real quando o seu
           adendo não se aplica.

       Exemplos de adendos

       •   Se quiser acrescentar algo depois na secção seguinte nroff:

             .SH "AUTORES"

           Deve selecionar a abordagem em duas etapas a configurar mode=after. Em seguida, deve restringir a
           pesquisa à linha após AUTHORS com a regex de argumento position. Depois deve combinar o início da
           próxima secção (isto é, ^ \. SH) com a regex de argumento beginboundary. Isso é para dizer:

            PO4A-HEADER:mode=after;position=AUTORES;beginboundary=\.SH

       •   Se quiser adicionar algo logo após uma determinada linha (por exemplo, após a linha "Copyright Big
           Dude"), use uma position a corresponder a esta linha, mode=after e dê um beginboundary a corresponder
           a qualquer linha.

            PO4A-HEADER:mode=after;position=Copyright Big Dude, 2004;beginboundary=^

       •   Se quiser adicionar alguma coisa no final do documento, dê uma position correspondente a qualquer
           linha do seu documento (mas apenas uma linha, po4a não continuará se não é única) e dê uma
           endboundary sem corresponder a nada. Aqui não use cadeias simples como "EOF", mas prefira as que têm
           menos hipótese estar no seu documento.

            PO4A-HEADER:mode=after;position=Sobre este documento;beginboundary=FakePo4aBoundary

       Exemplo mais detalhado

       Documento original (POD formatado):

        |=head1 NOME
        |
        |fictício - um programa fictício
        |
        |=head1 AUTOR
        |
        |eu

       Então, a adenda a seguir irá garantir que uma secção (em francês) sobre o tradutor é adicionado no final
       do processo (em francês, "TRADUCTEUR" significa "tradutor" e, "moi" significa "eu").

        |PO4A-HEADER:mode=after;position=AUTOR;beginboundary=^=head
        |
        |=head1 TRADUTOR
        |
        |eu
        |

       Para posicionar a sua adenda antes do AUTOR, use o seguinte cabeçalho:

        PO4A-HEADER:mode=after;position=NOM;beginboundary=^=head1

       Isso funciona porque a próxima linha a corresponder ao beginboundary /^=head1/ após a secção "NAME"
       (traduzido para "NOM" em Francês) é aquela a declarar os autores. Então, o adendo será posto entre as
       duas secções. Note que se outra secção for adicionada entre as secções NAME e AUTHOR posteriormente, po4a
       pôrá o adendo equivocadamente antes da nova secção.

       Para evitar isto, pode realizar o mesmo a usar mode=before:

        PO4A-HEADER:mode=before;position=^=head1 AUTEUR

Como é que funciona?

       Este capítulo dá-nos uma visão geral interna do po4a, de modo que possa sentir-se mais confiante para nos
       ajudar a manter e a melhorar. Pode também ajudá-lo a entender por que ele não faz o que esperava e como
       resolver os seus problemas.

       A arquitetura do po4a é orientada a objetos. A Locale::Po4a::TransTractor(3pm) class é o ancestral comum
       a todos os analisadores do po4a. Este estranho nome vem do facto de ser ao mesmo tempo responsável pela
       tradução de documentos e pela extração de cadeias.

       Mais formalmente, é preciso um documento para traduzir mais um ficheiro PO que contém as traduções para
       usar como entrada, enquanto produz duas saídas separadas: Outro ficheiro PO (resultante da extração das
       sequências traduzíveis no documento de entrada) e um documento traduzido (com a mesma estrutura do que a
       entrada, mas com todas as sequências de cadeias traduzíveis substituídos com o conteúdo de entrada PO).
       Aqui é uma representação gráfica deste:

          entrada documento --\                             /---> saída documento
                              \      TransTractor::       /       (traduzido)
                               +-->--  analise()  --------+
                             /                             \
          entrada PO --------/                               \---> saída PO
                                                                  (extraido)

       Este pequeno osso é o núcleo de toda a arquitetura do po4a. Se omitir o PO de entrada e o documento de
       saída, obtém po4a-gettextize. Se fornecer ambos ficheiros de entrada e desconsiderar o PO de saída, obtém
       po4a-translate. O po4a chama o TransTractor duas vezes e chama msgmerge -U entre essas chamadas do
       TransTractor para fornecer uma solução completa com um único ficheiro de configuração. Por favor veja
       Locale::Po4a::TransTractor(3pm) para mais detalhes.

Projetos de código aberto que usam o po4a

       Aqui está uma lista bem parcial de projetos que usam po4a na produção para a documentação deles. Se
       quiser adicionar o seu projeto à lista, basta nos enviar um e-mail (ou uma merge request).

       •   adduser (man): ferramenta de gestão de utilizadores e grupos.

       •   apt (man, docbook): Gestor de pacotes do Debian.

       •   aptitude (docbook, svg): Gestor de pacotes em interface de texto para Debian

       •   Site do F-Droid <https://gitlab.com/fdroid/fdroid-website> (markdown): catálogo instalável de
           aplicações FOSS (abreviação de software livre e de código aberto) para a plataforma Android.

       •   git <https://github.com/jnavila/git-manpages-l10n> (asciidoc): sistema de controle de versão
           distribuído para alterações de rastreamento em código-fonte.

       •   Páginas man do Linux <https://salsa.debian.org/manpages-l10n-team/manpages-l10n> (man)

           Este projeto fornece uma infraestrutura para traduzir muitas páginas man para diferentes idiomas,
           prontas para integração em várias grandes distribuições (Arch Linux, Debian e derivados, Fedora).

       •   Stellarium <https://github.com/Stellarium/stellarium> (HTML): um planetário de código aberto e livre
           para o seu computador. po4a é usado para traduzir as descrições da cultura do céu.

       •   Outro item para resolver: <https://gitlab.com/fdroid/fdroid-website/>
           <https://github.com/fsfe/reuse-docs/pull/61>

PERGUNTAS MAIS FREQUENTES

   Como se pronuncia po4a?
       Pessoalmente vocalizo-o como pouah <https://en.wiktionary.org/wiki/pouah>, que é um onomatopaico francês
       que usamos no lugar de "eca" :) posso ter um senso de humor estranho :)

   E sobre as outras ferramentas de tradução para documentação a usar gettext?
       There are a few of them. Here is a possibly incomplete list, and more tools are coming at the horizon.

       poxml
           Esta é a ferramenta desenvolvida por pessoas do KDE para lidar com DocBook XML. AFAIK, ele foi o
           primeiro programa para extrair cadeias para traduzir de documentação para ficheiros PO e injetá-las
           de volta depois de tradução.

           Só pode lidar com XML e apenas um DTD particular. Estou muito descontente com a manipulação de
           listas, que terminam com um identificador de mensagem (msgid) grande. Quando a lista se torna enorme,
           o bloco torna-se mais difícil de absorver.

       po-debiandoc
           Este programa feito por Denis Barbier é uma espécie de precursor do módulo po4a SGML, que mais ou
           menos o despreza. Como o nome diz, ele trata apenas o DebianDoc DTD, que é mais ou menos um DTD
           obsoleto.

       xml2po.py
           Used by the GIMP Documentation Team since 2004, works quite well even if, as the name suggests, only
           with XML files and needs specially configured makefiles.

       Sphinx
           The Sphinx Documentation Project also uses gettext extensively to manage its translations.
           Unfortunately, it works only for a few text formats, rest and markdown, although it is perhaps the
           only tool that does this managing the whole translation process.

       As principais vantagens de po4a sobre eles, são a facilidade de adição de conteúdos extra (que é pior
       ainda lá) e a capacidade de atingir gettextization.

   SUMÁRIO de vantagens da aproximação de base ao gettext
       • As traduções não são armazenadas com o original, o que torna possível detetar se as traduções estão
         desatualizadas.

       • As traduções estão armazenadas em ficheiros separados a partir de cada um, o que previne os tradutores
         de idiomas diferentes de intervirem, em ambos, quando submetem os seus fragmentos (patches) e no nível
         do ficheiro codificado.

       • É baseado em gettext (mas po4a oferece uma interface muito simples assim não precisa de compreender os
         internos para o usar). Dessa forma não precisamos de reinventar a roda e, porque o uso dele é mundial,
         podemos pensar que estas ferramentas estão mais ou menos livres de erros.

       • Nada muda para o utilizador final (além do fato das traduções serem, como esperamos, melhor mantidas).
         O ficheiro de documentação resultante é exatamente o mesmo.

       • Os tradutores não precisam de aprender a nova sintaxe de ficheiros e os editores de ficheiros PO
         favoritos deles (como o modo PO do Emacs, Lokalize ou Gtranslator) irão trabalhar bem.

       • gettext oferece uma maneira simples de obter estatísticas acerca do que é feito, o que deveria ser
         revisto e atualizado e, o que ainda está por fazer. Alguns exemplos encontram-se nestes endereços:

          - https://docs.kde.org/stable5/pt_BR/kdesdk/lokalize/project-view.html
          - http://www.debian.org/intl/l10n/

       Mas não é tudo verde e, esta aproximação tem também algumas desvantagens com que temos de lidar.

       • Adendos são… estranhos à primeira vista.

       • Não pode adaptar o texto traduzido as suas preferências, como a dividir um parágrafo aqui e, a juntar
         outros dois ali. Mas em certo sentido, se existe um problema com o original, deve ser reportado como um
         erro de qualquer maneira.

       • Mesmo com um interface fácil, continua a ser ferramenta nova que as pessoas têm que aprender.

         Um dos meus sonhos seria integrar de alguma forma po4a ao Gtranslator ou Lokalize. Quando um ficheiro
         de documento fosse aberto, as cadeias seriam automaticamente extraídas e um ficheiro traduzido +
         ficheiro po poderia ser gravado no disco. Se conseguirmos fazer um módulo para MS Word (TM) (ou pelo
         menos RTF), tradutores profissionais podem até mesmo usá-lo.

VER TAMBÉM

       •   A documentação da ferramenta multifuncional que deve usar: po4a(1).

       •   A documentação dos scripts individuais do po4a: po4a-gettextize(1), po4a-updatepo(1),
           po4a-translate(1), po4a-normalize(1).

       •   Os scripts de ajuda adicionais: msguntypot(1), po4a-display-man(1), po4a-display-pod(1).

       •   Os analisadores de cada formato, particularmente para ver as opções aceitas por cada um
           deles:Locale::Po4a::AsciiDoc(3pm) Locale::Po4a::Dia(3pm), Locale::Po4a::Guide(3pm),
           Locale::Po4a::Ini(3pm), Locale::Po4a::KernelHelp(3pm), Locale::Po4a::Man(3pm),
           Locale::Po4a::RubyDoc(3pm), Locale::Po4a::Texinfo(3pm), Locale::Po4a::Text(3pm),
           Locale::Po4a::Xhtml(3pm), Locale::Po4a::Yaml(3pm), Locale::Po4a::BibTeX(3pm),
           Locale::Po4a::Docbook(3pm), Locale::Po4a::Halibut(3pm), Locale::Po4a::LaTeX(3pm),
           Locale::Po4a::Pod(3pm), Locale::Po4a::Sgml(3pm), Locale::Po4a::TeX(3pm), Locale::Po4a::Wml(3pm),
           Locale::Po4a::Xml(3pm).

       •   A implementação da infraestrutura principal: Locale::Po4a::TransTractor(3pm) (particularmente
           importante para entender a organização do código), Locale::Po4a::Chooser(3pm), Locale::Po4a::Po(3pm),
           Locale::Po4a::Common(3pm). Por favor, verifique também o ficheiro CONTRIBUTING.md na árvore de fonts.

AUTORES

        Denis Barbier <barbier,linuxfr.org>
        Martin Quinson (mquinson#debian.org)